4 may 2012

Figura de linguagem - Lota Moncada (2012)


A antítese da tese,
antípoda próxima,
síntese sem resumo,
verso ao inverso.
O que sou, afinal,
senão a palavra
que se lê, ou não,
explícita ou calada,
inteligível e hermética
a que não se explica?
Às vezes elipse,
às vezes pleonasmo,
geralmente hipérbole.
Quem sou, afinal?
Alquimista fugaz,
breve e taciturna,
que faz silepse mas
nem sempre sinapse.
Tudo isso, e mais.
Há sempre mais detrás
das mil figuras de linguagem,
algumas inventadas,
parafraseadas,
artificiosamente urdidas,
mas, com certeza,
prosopopeia jamais!

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